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Terapia pela Arte

A Mediação Cultural

Esse artigo é um trecho da Monografia de Amanda Medeiros submetida ao curso de Licenciatura em Educação Artística do Centro Universitário Metodista Bennett em 2010.

Para o termo mediação há vários significados existentes, mas a medição que aqui vamos abordar é sobre àquela empregada por arte/educadores em museus e centros culturais, ou seja, a mediação também está presente em outras práticas educacionais tradicionais e na educação não-formal.

O pensamento acima nos reforça a ideia de que quando visitamos um museu, um centro cultural ou alguma exposição, levamos para aquele ambiente algum conhecimento. Entretanto quando nos deparamos com esses espaços aprendemos, e também interagimos com nosso conhecimento intrínseco, no lugar em que hoje o mediador cultural está inserido, se encarrega com a tarefa de dinamizar o processo de mediar o conhecimento dentro desses ambientes expositivos.

As atividades de mediação cultural foram intensificadas com o tempo, devido à demanda do número de pessoas que passaram a frequentar museus e centros culturais tornado os assim a ser circuito das escolas públicas e privadas, ONGs e Projetos Sociais.

Mas ainda existiam museus que não haviam criado um departamento voltado para o desenvolvimento do pensamento educacional nesses espaços. Foi então em 14 de janeiro de 2009, sancionada pelo presidente Lula uma lei que nos diz que:

“Art. 29. Os museus deverão promover ações educativas, fundamentadas no respeito à diversidade cultural e na participação comunitária, contribuindo para ampliar o acesso da sociedade às manifestações culturais e ao patrimônio material e imaterial da Nação”.

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11904.htm, 27/05/2010)

A lei ressalta o importante papel que tais espaços representam em nossa sociedade e o quanto contribuem para o crescimento e a preservação de nossas manifestações culturais, assim como, a conscientização da conservação dos nossos bens patrimoniais sendo materiais ou não.

Nesse sentido, Rejane Coutinho (1) afirma que:

A ‘mediação’ tradicionalmente exercida nesses espaços por meio de visitas guiadas tem uma concepção diretiva se pautando no discurso informativo construído em torno das obras, um discurso absorvido da erudição dos historiadores, dos críticos e dos curadores.

(COUTINHO, 2009, p.172)

Segundo Ana M. Barbosa:

Os museus, lugares da prática da leitura da obra de arte, passaram a ser mais procurados por professores e seus alunos. À medida que a Abordagem Triangular foi sendo difundida e, posteriormente, quando seus princípios foram integrados, como agenda escondida, aos Parâmetros Curriculares determinados pelo MEC (1996/1997), a procura dos professores por cursos e visitas a museus foi intensificada.

( BARBOSA, 2009, p.17)

Sabe-se então, que existe uma corrente dentro da museologia e da arte/educação que defende a mediação como a melhor forma de apresentar o museu, já que o conhecimento não parte sozinho, é sim construído por intermédio de outrem. Apesar de muitos ainda não comungarem desse mesmo pensamento. Embora existam algumas pesquisas que apontam para esse caminho estamos longe de estabelecer uma linha para os educativos (2) desenvolverem seus trabalhos com uma unicidade, o que contribui para as diferentes posturas tomadas pelos mediadores.

Podemos afirmar que o aprendizado também se da pelo processo de mediação, onde o mediador se apropria dos recursos disponibilizados a ele e aos expostos ao público a fim de proporcionar um acréscimo de informação. Na prática, o processo se converte por muitas vezes, em uma simples tradução semiótica vinda do mediador.

Então, a prática da mediação não se dá de forma tão simples, como uma reprodução de frases ou de um conteúdo. Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido nos lembra muito bem quando nos diz que “… ensinar não é apenas transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (FREIRE, 2002, p.21)

De fato o processo de mediação está se transformando para assim atender uma demanda de espectadores que buscam interagir mais frente à obra e que trazem suas interpretações diante delas. Daí a necessidade de adotar estratégias de ações para tornar os espaços expositivos em ambientes de aprendizagem.


Confira a continuação desse artigo aqui.


Notas do Artigo

(1) Rejane Galvão Coutinho, É doutora e mestre em Artes pela Escola de Comunicação e Artes da USP e professora do Instituto de Artes da UNESP, onde atua na Graduação e Pós-Graduação. Integra a equipe do Arte/Educação Produções que desenvolve projetos de mediação cultural em São Paulo; também é representante da América Latina no Word Council da INSEA. É co-autora do livro Artes Visuais, da exposição a sala de aula, juntamente com Ana Mae Barbosa e Heloísa Margarido Sales (Edusp, 2005).

(2) Educativo é nomenclatura do departamento inserido nos museus e centros culturais que fica responsável pelo trabalho de desenvolvimento educacional que se da nestes ambientes.

1 comentário em “A Mediação Cultural”

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Amanda Medeiros

Arteterapeuta, licenciada
em Artes Plásticas. Mãe de
dois. Meu propósito é
encorajar as pessoas a
perceberem sua identidade
através da arte. Sou
idealizadora do projeto
Terapia pela Arte, no qual
atuo em prol de uma vida
com mais criatividade e
saúde mental.

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